30 abril, 2020

Entrega das Atividades Impressas

📣 Atenção 📣

Hoje, 30/04, das 9h às 14h, faremos a entrega das atividades impressas referente ao período de 23/04 à 08/05 a serem realizadas pelos alunos em casa.

29 abril, 2020

Sorteio da Cesta de Páscoa


Ganhadora do período da manhã

Ganhadora do período da tarde 

Entrega das Atividades Impressas

📣 Atenção 📣

Hoje, 29/04, das 9h às 15h, faremos a entrega das atividades impressas referente ao período de 23/04 à 08/05 a serem realizadas pelos alunos em casa.

27 abril, 2020

📚Recado Importante 👩🏼‍🏫


Entrega das Atividades Impressas

📣 Atenção 📣

Amanhã, 28/04/2020, terça-feira, faremos a entrega das atividades impressas referente ao período de 23/04 à 08/05 a serem realizadas pelos alunos em casa.

Cronograma de entrega:
📍09h às 10h30min - 1°s anos
📍10h30min às 12h - 2°s anos
📍12h às 13h30min - 3°s anos
📍13h30min às 15h - 4°s anos
📍15h às 16h30min - 5°s anos

Orientações:

👉🏻A fila será organizada do lado de fora da escola, respeitando o distanciamento de 1,5m entre as pessoas.

👉🏻Somente uma pessoa poderá entrar na escola para retirar as atividades.

👉🏻Evite levar crianças ao local.

👉🏻Seguir o cronograma de retirada para evitar aglomeração.

👉🏻Pais/responsáveis por mais de um aluno poderão retirar as atividades em apenas um horário.

👉🏻Se possível, utilizar máscaras para proteção.

25 abril, 2020

O Pequeno Príncipe - IV (Antoine de Saint-Exupéry)

IV

Eu aprendera, pois, uma segunda coisa, importantíssima: o seu planeta de origem
era pouco maior que uma casa!
Não era surpresa para mim. Sabia que além dos grandes planetas - Terra, Júpiter,
Marte ou Vênus, aos quais se deram nomes há centenas e centenas de outros, por vezes
tão pequenos que mal se vêem no telescópio.
Quando o astrônomo descobre um deles, dá-lhe por nome um número.
Chama-o, por exemplo: "asteróide 3251".
Tenho sérias razões para supor que o planeta de onde vinha o príncipe era o
asteróide B 612. Esse asteróide só foi visto uma vez ao telescópio, em 1909, por um
astrônomo turco.

Ele fizera na época uma grande demonstração da sua descoberta num Congresso
Internacional de Astronomia. Mas ninguém lhe dera crédito, por causa das roupas que
usava. As pessoas grandes são assim.
Felizmente para a reputação do asteróide B 612, um ditador turco obrigou o povo,
sob pena de morte, a vestir-se à moda européia. O astrônomo repetiu sua demonstração
em 1920, numa elegante casaca. Então, dessa vez, todo o mundo se convenceu.
Se lhes dou esses detalhes sobre o asteróide B612 e lhes confio o seu número, é
por causa das pessoas grandes.
As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo
amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua
voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas? "Mas
perguntam:
"Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa?
Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos
às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas
no telhado. . . " elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso
dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"
Assim, se a gente lhes disser: "A prova de que o principezinho existia é que ele era
encantador, que ele ria, e que ele queria um carneiro. Quando alguém quer um carneiro, é
porque existe" elas darão de ombros e nos chamarão de criança! Mas se dissermos: "O
planeta de onde ele vinha é o asteróide B 612" ficarão inteiramente convencidas, e não
amolarão com perguntas. Elas são assim mesmo.
É preciso não lhes querer mal por isso. As crianças devem ser muito indulgentes
com as pessoas grandes.
Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria
de ter começado esta história à moda dos contos de fada. Teria gostado de dizer:
"Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele,
e que tinha necessidade de um amigo..." Para aqueles que compreendem a vida, isto
pareceria sem dúvida muito mais verdadeiro.
Porque eu não gosto que leiam meu livro levianamente. Dá-me tanta tristeza narrar
essas lembranças ! Faz já seis anos que meu amigo se foi com seu carneiro. Se tento
descrevê-lo aqui, é justamente porque não o quero esquecer. É triste esquecer um amigo.
Nem todo o mundo tem amigo. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes, que
só se interessam por números. Foi por causa disso que comprei uma caixa de tintas e
alguns lápis também. É duro pôr-se a desenhar na minha idade, quando nunca se fez outra
tentativa além das jibóias fechadas e abertas dos longínquos seis anos ! Experimentarei,
claro, fazer os retratos mais parecidos que puder. Mas não tenho muita esperança de
conseguir. Um desenho parece passável; outro, já é inteiramente diverso. Engano-me
também no tamanho. Ora o principezinho está muito grande, ora pequeno demais. Hesito
também quanto a cor do seu traje.
Vou arriscando então, aqui e ali. Enganar-me-ei provavelmente em detalhes dos
mais importantes. Mas é preciso desculpar. Meu amigo nunca dava explicações.
Julgava-me talvez semelhante a ele. Mas, infelizmente, não sei ver carneiro através
de caixa. Sou um pouco como as pessoas grandes. Acho que envelheci.

23 abril, 2020

O Pequeno Príncipe - III (Antoine de Saint-Exupéry)

III

Levei muito tempo para compreender de onde viera.
O principezinho, que me fazia milhares de perguntas, não parecia sequer escutar as
minhas. Palavras pronunciadas ao acaso e que foram, pouco a pouco, revelando tudo.
Assim, quando viu pela primeira vez meu avião (não vou desenhá-lo aqui, é muito
complicado para mim), perguntou-me bruscamente:
Que coisa é aquela?
Não, é uma coisa. Aquilo voa. É um avião. O meu avião.
Eu estava orgulhoso de lhe comunicar que eu voava. Então ele exclamou:
- Como? Tu caíste do céu?
- Sim, disse eu modestamente.
- Ah ! como é engraçado...
E o principezinho deu uma bela risada, que me irritou profundamente. Gosto que
levem a sério as minhas desgraças. Em seguida acrescentou:
Então, tu também vens do céu ! De que planeta és tu?
Vislumbrei um clarão no mistério da sua presença, e interroguei bruscamente:
- Tu vens então de outro Planeta?
Mas ele não me respondeu. Balançava lentamente a cabeça considerando o avião:
- É verdade que, nisto aí, não podes ter vindo de longe ...
Mergulhou então num pensamento que durou muito tempo. Depois, tirando do
bolso o meu carneiro, ficou contemplando o seu tesouro.
Poderão imaginar que eu ficara intrigado com aquela semiconfidência sobre "os
outros planetas". Esforcei-me, então, por saber mais um pouco.
- De onde vens, meu bem? Onde é tua casa? Para onde queres levar meu carneiro?
Ficou meditando em silêncio, e respondeu depois:
O bom é que a caixa que me deste poderá, de noite, servir de casa.
- Sem dúvida. E se tu fores bonzinho, darei também uma corda para amarrá-lo
durante o dia. E uma estaca.
A proposta pareceu chocá-lo:
Amarrar? Que idéia esquisita
- Mas se tu não o amarras, ele vai-se embora e se perde...
E meu amigo deu uma nova risada:
- Mas onde queres que ele vá?
- Não sei ... Por aí ... Andando sempre para frente.
Então o principezínho observou, muito sério:
- Não faz mal, é tão pequeno onde moro !
E depois, talvez com um pouco de melancolia, acrescentou ainda:
- Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe ...

21 abril, 2020

O Pequeno Príncipe - II (Antoine de Saint-Exupéry)

II

Vivi portanto só, sem amigo com quem pudesse realmente conversar, até o dia,
cerca de seis anos atrás, em que tive uma pane no deserto do Saara. Alguma coisa se
quebrara no motor. E como não tinha comigo mecânico ou passageiro, preparei-me para
empreender sozinho o difícil conserto. Era, para mim, questão de vida ou de morte.
Só dava para oito dias a água que eu tinha.
Na primeira noite adormeci pois sobre a areia, a milhas e milhas de qualquer terra
habitada. Estava mais isolado que o náufrago numa tábua, perdido no meio do mar.
Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha
estranha me acordou. Dizia:
- Por favor ... desenha-me um carneiro
- Hem!
- Desenha-me um carneiro ...
Pus-me de pé, como atingido por um raio. Esfreguei os olhos. Olhei bem. E vi um
pedacinho de gente inteiramente extraordinário, que me considerava com gravidade.
Eis o melhor retrato que, mais tarde, consegui fazer dele.
Meu desenho é, seguramente, muito menos sedutor que o modelo. Não tenho
culpa. Fora desencorajado, aos seis anos, da minha carreira de pintor, e só aprendera a
desenhar jibóias abertas e fechadas.
Olhava pois essa aparição com olhos redondos de espanto. Não esqueçam que eu
me achava a mil milhas de qualquer terra habitada. Ora, o meu homenzinho não me
parecia nem perdido, nem morto de fadiga, nem morto de fome, de sede ou de medo. Não
tinha absolutamente a aparência de uma criança perdida no deserto, a mil milhas da região
habitada. Quando pude enfim articular palavra, perguntei-lhe:
- Mas ... que fazes aqui?
E ele repetiu-me então, brandamente, como uma coisa muito séria:
- Por favor... desenha-me um carneiro ...
Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. Por mais
absurdo que aquilo me parecesse a mil milhas de todos os lugares habitados e em perigo
de morte, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta.
Mas lembrei-me,então,que eu havia estudado de preferência geografia, história,
cálculo e gramática, e disse ao garoto (com um pouco de mau humor) que eu não sabia
desenhar. Respondeu-me:
- Não tem importância. Desenha-me um carneiro.
Como jamais houvesse desenhado um carneiro, refiz para ele um dos dois únicos
desenhos que sabia. O da jibóia fechada. E fiquei estupefato de ouvir o garoto replicar:
- Não! Não! Eu não quero um elefante numa jibóia. A jibóia é perigosa e o elefante
toma muito espaço. Tudo é pequeno onde eu moro. Preciso é dum carneiro. Desenha-me
um carneiro.
Então eu desenhei.
Olhou atentamente, e disse:
- Não! Esse já está muito doente.
Desenha outro.
Desenhei de novo.
Meu amigo sorriu com indulgência:
- Bem vês que isto não é um carneiro. É um bode ... Olha os chifres ...
Fiz mais uma vez o desenho.
Mas ele foi recusado como os precedentes:
Este aí é muito velho. Quero um carneiro que viva muito.
Então, perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o
desenho ao lado.
E arrisquei:
Esta é a caixa. O carneiro está dentro.
Mas fiquei surpreso de ver iluminar-se a face do meu pequeno juiz:
- Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?
Por quê?
Porque é muito pequeno onde eu moro ...
- Qualquer coisa chega. Eu te dei um carneirinho de nada !
Inclinou a cabeça sobre o desenho:
- Não é tão pequeno assim ... Olha ! Adormeceu ...
E foi desse modo que eu travei conhecimento, um dia, com o pequeno príncipe.O

20 abril, 2020

O paraíso terrestre (Daniel Munduruku)

Há muito e muito tempo, a tribo da grande nação indígena Kaiapós habitava um mundo sem céu. Por isso, não existia também sol, nem lua, nem estrelas, cometas, arco-íris, pássaros. Aqueles habitantes se alimentavam apenas de mandioca e pequenos animais, mas nunca tinham visto, por exemplo, um peixe, pois não havia rios por ali. Tampouco, comiam frutas, pois não havia florestas, sequer arbustos e pequenas moitas. Era um mundo vazio.
O paraíso terrestre
Um dia, um jovem índio estava caçando quando avistou sua presa: um tatuzinho amedrontado. Percebendo a presença do caçador, o animal fugiu, e quanto mais corria, mais o jovem corria atrás. Sem entender, ele viu que o pequeno tatu crescia a cada passo, se tornando um grande animal que, embora grande, continuava amedrontado.
Cansado de correr e já percebendo a proximidade do caçador, o grande tatu cavou rapidamente a terra seca e escura abaixo deles, abrindo um grande buraco, no qual desapareceu.
À beira da cova, o índio ficou observando para se certificar que o animal fugiu mesmo. Não aguentando sua curiosidade, decidiu descer pelo buraco e, com surpresa, percebeu que ao final do caminho, havia um ponto luminoso. Sem sinal do tatu, resolveu seguir aquele ponto de luz.
Por muitos anos, aquele jovem índio se lembraria do que viu quando chegou ao final do túnel. Viu aos poucos o ponto de luz se transformar em uma grande abertura e um novo mundo se revelou: um mundo com um céu tão azul que os olhos acostumados com a escuridão ardiam. Um Sol tão luminoso que o índio temeu se queimar por um instante.
E, um lindo arco-íris, cujas cores estavam nas penas de algumas aves e nas asas de borboletas que enfeitavam o céu. Uma grande mata crescia nas margens de um grande rio, de onde pulavam peixes de vários tamanhos e cores. Perto dele, alguns animais caminhavam sem medo, como tartarugas, macacos, capivaras e preás.
O jovem índio ficou admirando aquele novo mundo e notou que o Sol se movia, fugia dele, até desaparecer. A tristeza tomou conta do jovem, que pensou que tudo aquilo havia acabado com o Sol. Mas, seu deslumbramento voltou assim que viu surgir no céu uma grande pedra branca, bem redonda e brilhante. Era a Lua que surgia com mais um milhão de estrelas que piscavam, e brilhavam, e iluminavam o céu e a terra. Algumas chegavam bem perto dele, como se fossem pequenos insetos luminosos.
Correndo mais rápido do que nunca, o índio voltou à aldeia para contar sobre aquele novo mundo. O pajé, homem mais respeitado na tribo, autorizou que todos seguissem aquele caminho aberto pelo tatu. Os índios foram, um a um, descendo por uma longa corda até pisar no chão daquele que seria seu novo lar, o Mundo Novo.

Fonte: https://escolaeducacao.com.br/lendas-indigenas/

Descobrimento do Brasil

https://youtu.be/6Y9coj_0R9Q

Tiradentes

https://youtu.be/cXOUvyq0wdY

Museu do Índio

https://youtu.be/Asfz9PZ4FFQ

19 abril, 2020

O Pequeno Príncipe - I (Antoine de Saint-Exupéry)

I

    Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho.
    Dizia o livro: "As jibóias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão." Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:
    Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
    Responderam-me: "Por que é que um chapéu faria medo?"
    Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:
    As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática.
    Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.
    Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.
    E a geografia, é claro, me serviu muito. Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. É muito útil, quando se está perdido na noite.
    Tive assim, no correr da vida, muitos contatos com muita gente séria. Vivi muito no meio das pessoas grandes.
    Vi-as muito de perto. Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião.
    Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável.

18 abril, 2020

Menina Bonita do Laço de Fita (Ana Maria Machado)

desenho de rosto de negras - Pesquisa Google | Arte com cabelo ...
https://br.pinterest.com/pin/498632989992774466/

Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até
com os parentes tortos.E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina,
tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda
a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...

15 abril, 2020

📣Entrega das Cestas Básicas📣

📣Entrega das Cestas Básicas📣

Atenção: caso o responsável legal pelo aluno não possa comparecer na escola para retirar a cesta básica, o mesmo poderá fazer um documento autorizando outra pessoa a fazer a retirada.
Esse documento deve ser feito à próprio punho, contendo o nome do responsável legal, RG, nome do aluno, nome da pessoa que irá retirar a cesta básica, RG da pessoa e grau de parentesco. Esse documento deverá ser entregue na escola no momento da retirada da cesta.

📣Entrega das Cestas Básicas📣

Amanhã 16/04/2020, quinta-feira, faremos a entrega das cestas básicas dos alunos matriculados na nossa Escola. 

Cronograma de entrega:
📍10h às 11h30min - 1°s anos
📍11h30min às 13h - 2°s anos
📍13h às 14h30min - 3°s anos
📍14h30min às 16h - 4°s anos
📍16h às 17h30min - 5°s anos

🔴ESSA CESTA NÃO É A DO FUNDO SOCIAL

Orientações:


  • Levar RG do RESPONSÁVEL (pai, mãe, madrasta, padrasto, avô, avó, representante legal) e Certidão de nascimento ou RG do aluno.

  • A fila será organizada do lado de fora da escola, respeitando o distanciamento de 1,5m entre as pessoas.


  • Somente uma pessoa poderá entrar para pegar a cesta. 


  • Evite levar crianças ao local.


  • Seguir o cronograma de retirada para evitar aglomeração. 


  • Pais/responsáveis por mais de um aluno poderão retirar as cestas em apenas um horário. 


  • Se possível, utilizar máscaras para proteção.

13 abril, 2020

O caso do bolinho (Tatiana Belinky)

http://artperfectnail.blogspot.com/2013/05/?m=1

Naquele dia o avô tinha pedido para a avó fazer um bolinho gostoso para os dois comerem. A vó misturou farinha com creme de leite, formou um bolinho bem redondinho e pôs no forno para assar.
O bolinho – hummmmmm – ficou gostoso e cheiroso, mas quente não poderia se comer, por isso a avó colocou na janela para esfriar.
Com aquela brisa da tarde, a maravilha de mundo pela frente, tantas coisas para descobrir e viver, o bolinho decidiu usar a esperteza e rolou fora da bandeja…
Rolou e rolou, mas logo encontrou a lebre que o farejou pelo bom gosto:
- Bolinho, bolinho eu vou comer você…
E o bolinho disse que antes que ela o comesse, ele cantaria sua canção:
- Eu sou um bolinho redondo e fofinho de creme recheado na manteiga assado. A vó não me pegou, o vô não me pegou e você não vai me pegar.
Zapt! O Bolinho de novo rolando para longe da lebre.
Rolou, rolou, mas logo encontrou o lobo que o farejou pelo bom gosto:
- Bolinho, bolinho eu vou comer você…
E o bolinho disse que antes que ele o comesse, ele cantaria sua canção:
- Eu sou um bolinho redondo e fofinho de creme recheado na manteiga assado. A vó não me pegou, o vô não me pegou e você não vai me pegar.
Zapt! O Bolinho de novo rolando para longe do lobo.
Logo depois, o bolinho encontrou a raposa e também começou a cantar. A raposa imediatamente disse:
- Que linda voz, que suave canção.
O bolinho ficou impressionado com o elogio. A raposa continuou:
- Pena que sou quase surda, mal posso ouvir… Por que você não pula aqui no meu focinho para cantar, senhor bolinho?
O bolinho muito esperto, mas muito mais vaidoso, pulou, e a raposa, astuta como só ela, nem esperou a canção começar para nhact. A raposa comeu o bolinho e acabou com a fome que roncava na sua barriguinha.

Fonte: https://www.google.com/amp/s/escolakids.uol.com.br/amp/portugues/o-universo-encantado-e-multicolorido-de-tatiana-belinky.htm


12 abril, 2020

Mãe com medo de lagartixa (Ana Maria Machado)

Animais lagarto dos desenhos animados de lagartixa | Vetor Premium
https://br.freepik.com/vetores-premium/animais-lagarto-dos-desenhos-animados-de-lagartixa_6594176.htm

Era uma vez uma mãe... que tinha medo de lagartixa.
No resto, era valente: ficava sozinha, cantava no escuro, tomava sopa quente.
Era mesmo corajosa: enfrentava barata, discutia com o chefe, tomava injeção toda prosa.
De bicho de pena e de bicho de pelo, ela gostava muito. Filho dela podia ter cachorro, gato, coelho, periquito, curió, canário, porquinho-da-índia.
Nem que fosse tudo ao mesmo tempo, ela não se incomodava, até animava, mais ainda inventava.
Peixe e jabuti, também, ela deixava como ninguém. E tinha aquário redondo com peixe vermelho e tinha varanda vermelha com jabuti redondo.
Se os filhos descobrissem macaco com asa, ela era capaz de deixar em casa.
Se para uma vaca encontrassem lugar, não ia ser ela quem ia atrapalhar.
Se na área um cavalo coubesse direito, a meninada ia logo dar jeito, e ela na certa ia achar perfeito.
Mas sapo? Minhoca? Perereca? Camaleão?
Nem queria saber. Disfarçava e ia se esconder.
Os filhos explicavam:
— Mamãe, que é que tem? Um bicho tão bonzinho, não faz nada, olha aí!
Ela olhava. Mas não gostava.
E aqueles lagartinhos nas pedras-do-sol?
— Um bichinho à toa, mãe, deixe de ser medrosa!
Mas aí ela era medrosa. Tão medrosa que no caminho da praia, pelo meio do matinho, ia pisando forte e falando alto, fazendo barulho só para assustar os lagartinhos – que saíam correndo, morrendo de medo de uma mulher tão grande e barulhenta.
Mas o medo maior era o que a mãe tinha de lagartixa.
— Um perigo dentro de casa! Pode atacar a qualquer instante!
— Atacar, mãe? Que ideia – ria Antônio.
— Que gracinha, mãe. Olha aquela lagartixa lá no alto da parede – mostrava João.
— É mesmo, branquinha e transparente, de cabeça em pé. Parece filhote de jacaré – dizia Luísa.
Não adiantava. Ela não gostava.Um dia, resolveram pregar uma peça nela.
Na saída da escola, tinha um vendedor de bala, estalinho, pirulito e brinquedo.
Brinquedos gozados: baratas e aranhas de plástico, lagartixas de mentirinha.
Compraram duas e levaram para casa. Puseram uma na gaveta, outra na prateleira, ao lado.
Quando ela chegou do trabalho e foi mudar a roupa, foi um susto. Quer dizer, primeiro foi um:
— Ai! Me ajudem! Antônio! Luísa! João!
Depois foram dois sustos:
— Depressa! Vem cá todo mundo!
Os meninos foram correndo. E viram a mãe tremendo.
— Uma lagartixa horrorosa! Subiu pelo meu braço e correu para a gaveta! E tem outra medonha ali na prateleira... Pelo amor de Deus, vocês peguem esses bichos horríveis, que eu não aguento nem ver!
Os meninos se olharam enquanto ela saía:
— E lagartixa de brinquedo sobe pelo braço?
— Será que tem alguma de verdade?
Olharam bem. Não tinha. Só as mesmas, de brinquedo. E ela com tanto medo! Que mãe fiteira! E, ainda por cima, inventadeira...
Foram rir dela, numa grande gozação: mas chegaram na sala e não riram.
Porque que ela falou foi assim:
— Que bom que vocês estavam em casa. Vocês são tão corajosos... Fico tão orgulhosa de meus filhos que não têm medo e tomam conta de mim...
E, sentada no sofá, abraçou os três ao mesmo tempo, fechou os olhos, encostou a cabeça neles, feito menina pequena.
E eles se olharam e entenderam.
Todo mundo tem seu medo, cada um tem seu segredo. Quem parece sempre forte, no fundo é meio sem sorte: tem que aguentar bem sozinho, sem ajuda nem carinho:
— A mãe é que nem a gente.
E gente se assusta, chora, ri, fala, inventa, conta, grita e cochicha. E pode até ter medo de lagartixa.


Fonte: Alguns medos e seus segredos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. Ana Maria Machado

11 abril, 2020

Canção da Garoa (Mário Quintana)

https://www.google.com/amp/s/revistacrescer.globo.com/amp/Quintal/Contos/noticia/2013/10/menina-que-nao-gostava-da-chuva.html

Em cima do meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
O relógio vai bater;
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove sem saber por quê…
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin…
Fonte: https://www.criandocomapego.com/poemas-de-mario-quintana-para-criancas/

10 abril, 2020

O Gato (Vinícius de Moraes)

Presentes da parede do gato preto novo dos desenhos animados ...
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Com um lindo salto
Lesto e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pega corre
Bem de mansinho
Atrás de um pobre
De um passarinho
Súbito, para
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando tudo
Se lhe fatiga
Toma o seu banho
Passando a língua
Pela barriga.


Fonte: https://www.culturagenial.com/poesia-infantil-vinicius-de-moraes/




09 abril, 2020

Meu amigo dinossauro (Ruth Rocha)

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Um pequeno dinossauro
Apareceu no jardim
Educado, inteligente,
O seu nome era Joaquim.

Nunca consegui saber
De onde foi que ele saiu
Quando a gente perguntou
Disfarçou e até sorriu...

Ficou muito nosso amigo
Fez tudo que é brincadeira.
Levou o Miguel pra escola
Levou a mamãe pra feira.

As pessoas espiavam
Estranhavam um pouquinho
Onde será que arranjaram
Este dinossaurosinho?

Nessa tarde o papai trouxe
Um amigo bem distinto
Que se espantou e exclamou:
- Mas este bicho está extinto!

Há muitos milhões de anos
Ele já virou petróleo!
Ou já virou gasolina,
Ou algum tipo de óleo.

Meu dinossauro sorriu
- Estou vivo, "podes crer"!
Eu não virei querosene
Como o senhor pode ver!

Antigamente diziam
Que o petróleo era formado
Por montes de dinossauros
Um sobre o outro empilhados.

Mas isso não é verdade!
Foram plantas e outros bichos
Que ficaram bem fechados
Entre buracos e nichos.

Sofreram muita pressão
Por muitos milhões de anos
Sofreram muito calor
No fundo dos oceanos.

- Mas então por que o petróleo
Até parece cigano?
Ora aparece na Terra,
Ora debaixo do oceano!

É porque o planeta Terra
Esteve sempre a mudar
Depois de milhões de anos
Tudo mudou de lugar.

Todos ficaram espantados
De tanta sabedoria
E perguntavam: - Que mais
Sabe Vossa Senhoria?

- Sei ainda muitas coisas
Disse o amigo Joaquim
Para que serve o petróleo
E outras coisas assim.

Petróleo move automóvel,
Navio, trem, avião,
Ônibus e motocicleta,
Helicóptero e caminhão.

Com petróleo se faz pano,
Brinquedo, bolsas e mala,
Pele pra fazer salsicha,
Copos, pratos, nem se fala.

Se faz tinta, faz garrafa,
Material de construção,
Se fazem peças de automóvel
E se faz tubulação.

- Tenho mais uma coisinha
Pra dizer. - Pois então diga!
E o dinossauro puxou
O fecho em sua barriga.

E saíram lá de dentro
O Pedro mais o Raimundo
- Nós não somos dinossauro,
Enganamos todo mundo!


Fonte: https://www.pensador.com/autor/ruth_rocha/

08 abril, 2020

Brincar na rua (Carlos Drummond de Andrade)

Olá! Como estás?: Brincar na rua (Carlos Drummond de Andrade )
https://ola-comoestas.blogspot.com/2015/10/brincar-na-rua-carlos-drummond-de.html

Tarde?
O dia dura menos que um dia.
O corpo ainda não parou de brincar
e já estão chamando da janela:
É tarde.
Ouço sempre este som: é tarde, tarde.
A noite chega de manhã?
Só existe a noite e seu sereno?
O mundo não é mais, depois das cinco?
É tarde.
A sombra me proíbe.
Amanhã, mesma coisa.
Sempre tarde antes de ser tarde.

07 abril, 2020

O macaco e o gato (Monteiro Lobato)



Simão, o macaco, e Bichano, o gato, moram juntos na mesma casa. E pintam o sete. Um furta coisas, remexe gavetas, esconde tesourinhas, atormenta o papagaio; outra arranha os tapetes, esfiapa as almofadas e bebe o leite das crianças.

Mas, apesar de amigos e sócios, o macaco sabe agir com tal maromba que é quem sai ganhando sempre.

Foi assim no caso das castanhas.

A cozinheira pusera a assar nas brasas umas castanhas e fora à horta colher temperos. Vendo a cozinha vazia, os dois malandros se aproximaram. Disse o macaco:

– Amigo Bichano, você que tem uma pata jeitosa, tire as castanhas do fogo.

O gato não se fez insistir e com muita arte começou a tirar as castanhas.

– Pronto, uma…

– Agora aquela lá… Isso. Agora aquela gorducha… Isso. E mais a da esquerda, que estalou…

O gato as tirava, mas quem as comia, gulosamente, piscando o olho, era o macaco…

De repente, eis que surge a cozinheira, furiosa, de vara na mão.

– Espere aí, diabada!…

Os dois gatunos sumiram-se aos pinotes.

– Boa peça, hem? — disse o macaco lá longe.

O gato suspirou:

– Para você, que comeu as castanhas. Para mim foi péssima, pois arrisquei o pelo e fiquei em jejum, sem saber que gosto tem uma castanha assada…

O bom-bocado não é para quem o faz, é para quem o come.


Fonte: https://www.mensagenscomamor.com/fabulas-monteiro-lobato